sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Casos na Umbanda - especial Crianças


Em uma ocasião, eu me dirigia ao congá para encerrar a gira, quando uma médium chamou minha atenção, afirmando estar sentindo a presença de um espírito querendo incorporar. Sou exigente, tudo tem seu momento, e aquele, com certeza, não era oportuno a qualquer tipo de incorporação.
- Segure a entidade, que agora não pode haver outras incorporações. Adverti, austeramente.
- Mas está muito forte, não sei se vou conseguir.
Dirigente tem que estar atento para todos os sinais. Como a médium era experiente, em condições de dominar, quando quisesse, as suas incorporações, fiquei em dúvida, se permitia ou não. O bom senso me fez mudar de idéia.
- Está certo, pode incorporar. E mais ninguém. Recomendei à corrente.
Imediatamente ela jogou-se no chão, rindo, batendo palmas, veio cumprimentar a hierarquia. Correu para o centro do terreiro, e sob o olhar de toda a corrente, olhou para mim e pediu:
- Vô, quero um dólar.
- O quê? Você quer um dólar? Para que você quer um dólar? Perguntei, sob o riso geral.
- Eu quero um dólar, senão não vou embora. Ameaçou.
Dirigindo-me à assistência, perguntei se alguém tinha um dólar para dar à criança. Alguém disse ter uma nota de dez dólares.
- Não, eu quero só um dólar. Reclamou a criança.
Uma moça, nos fundos da assistência, acusou:
- Eu achei na minha carteira uma nota de um dólar. Informou, já com a nota americana na mão. Convidei-a para entrar no terreiro e fazer a entrega da nota à entidade.
Junto comigo estava um pai-de-santo que veio nos visitar. Cochichando expliquei para ele:
- Esta moça, dona da nota, tem câncer na garganta.
Ela sentou na frente da criança e fez a entrega da nota. O espírito, fazendo muita festa com o presente ganho, bateu palmas, o pôs de lado e iniciou uma massagem na garganta da moça, exatamente no lugar da doença. Por sinal, hoje está completamente curada, claro não pela criança, mas não tenho dúvida que ela teve uma participação muita grande nesta graça.

Até hoje o pai-de-santo visitante ainda comenta o caso do dólar na linha das crianças e a forma esperta que teve de trazer a moça ao meio do terreiro para jogar sua vibração em sua doença.


Fonte: paimaneco